segunda-feira, 14 de março de 2016

Governo faz-se de juiz em causa própria

"São Moçambicanos a procura de fertilizantes" - Filipe Nyusi
A decadência de uma família, de uma organização e de qualquer sociedade não se verifica, somente, pelo declínio das suas economias que as sustentam, mas também pelo baixo nível moral e cultural que apresentam, debaixo a cima. Qualquer coisa serve para manter a fachada, como a mentira, ladroagem e bandidagem quer sob a forma individual quer sob a capa de defesa estado, da integridade territorial do país, com palavreado mais ou menos bonito, barato e sem conteúdo.
É isso que somos dado a assistir a dança louca de um governo desencontrado que atira às escuras para todos os outros os lados. É isso que faz o governo do dia que nega que as suas forças andam a violar os direitos humanos contra populações indefesas, alegadamente porque apoiam os homens armados da Renamo.
Paulo Awade, governador de Tete, Joaquim Veríssimo, vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, estão especializados em distorção da verdade e desinformação pública. O primeiro ao negar que os refugiados moçambicanos, no Malawi, sejam mulheres e filhos de homens armados da Renamo, que fugiram para aquele território devido a confrontos com as forças governamentais.
"Não há evidencias de violações dos Direitos Humanos"- Joaquim Verissímo
Awade disse que os 11 mil moçambicanos são preguiçosos que procuram viver de caridade. O outro por tentar convencer a comunidade nacional, e não só, que as relações entre as populações de Moatize, onde decorrem os combates com homens armados da Renamo, sejam cordiais. Para condimentarem a mentira, contam com a ajudada Rádio Moçambique que entrevistou autoridades comunitárias – subservientes ao regime -, e membros dos grupos dinamizadores da Frelimo, para faltarem à verdade.
Estações de emissora com grande credibilidade internacional como a BBC, VOA, LUSA, DW e a nossa STV reportam que os moçambicanos que estão em Kapise fugindo dos crimes perpetrados pelas Forças de Defesa e Segurança, mas, a TVM, RM, DOMINGO e outros órgãos de comunicação social que se inclinam perante ao regime que negam e atiram as culpas de agressão e violações dos direitos humanos para os homens armados da Renamo.
O ACNUR, organismo das Nações Unidas para os Refugiados, diz, sem margem para dúvidas, que são refugiados. O governo, tentando esquivar-se da vergonha, diz, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, que são deslocados. A comissão do governo, dirigida por Veríssimo, diz não haver evidências de violação dos direitos humanos.
Contra factos não há argumentos. A nós, os refugiados disseram-nos estar a fugir das atrocidades das forças governamentais. 
Como o governo não se preocupa em resolver o problema, porque dele tira proveito máximo, agora, depara-se com uma grave acusação do Tribunal Penal Internacional de as tropas do governo estarem a perpetrar crimes contra humanidade tais como assassinatos de homens, mulheres e crianças, violações de mulheres, roubo de gado – bovino, caprino, ovino, galinhas, patos e outros bens, nas regiões de Nkondezi e Tsangano, na província de Tete.
Estes factos foram denunciados pelo mundo fora. Enfiar a cabeça na areia, à maneira de avestruz, não leva à solução nenhuma.
As declarações de um agente dos esquadrões de morte, ao jornal @Verdade, são elucidativas. Perguntado se as populações estariam a mentir quando dizem que fogem das atrocidades das tropas do governo, o agente diz que “Não estão a mentir. Em Tete é que foi mais vergonhoso porque o comandante que estava a frente disse queimem lá essas palhotas, matem os cabritos, bois e outros animais”. Nem Awade nem Veríssimo e suas igualhagens podem refutar estes factos.
A uma pergunta se o grupo dele - de abater opositores à Frelimo - era único, respondeu que “Não é o único. Os outros estão espalhados pelas províncias”.O mais recente relatório da Human Rights Watch, agremiação internacional que vela pelos Direitos Humanos, aponta que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique cometeram barbaridades contra cidadãos civis e indefesos, a norte da província de Tete.
O governo ao formar a sua própria comissão para averiguar as acusações que pesam sobre si, revelou que anda tonto e desnorteado. Fez-se de juiz em causa própria, logo, as conclusões que anunciou são nulas e de nenhum efeito jurídico. Não têm qualquer credibilidade e não limpam as acusações de roubo, violação de mulheres, assassinatos, queima de palhotas e roubo de animais, movidas contra as FDS por vários organismos internacionais. As forças do governo fazem violações e o próprio governo sai para se investigar! – Parece um jogo de crianças brincando à cabra-cega!

"São mulheres e filhos dos homens armados da Renamo" - Paulo Awade
O governo não mostra nenhuma seriedade sobre este assunto. Demonstra ausência de compromisso e falta de respeito para com o povo porque é absurdo ser arguido e juiz ao mesmo tempo. É o agressor que se julga e se declara inocente! A comissão do governo que ao terreno não foi capaz de ver várias casas queimadas pelas FDS nem se apercebeu de que seis escolas estão encerradas! Que raio de comissão é essa? A quem pretende enganar? 

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