"São Moçambicanos a procura de fertilizantes" - Filipe Nyusi |
A decadência de uma família, de uma organização e de qualquer sociedade não
se verifica, somente, pelo declínio das suas economias que as sustentam, mas também
pelo baixo nível moral e cultural que apresentam, debaixo a cima. Qualquer coisa
serve para manter a fachada, como a mentira, ladroagem e bandidagem quer sob a forma
individual quer sob a capa de defesa estado, da integridade territorial do
país, com palavreado mais ou menos bonito, barato e sem conteúdo.
É isso que somos dado a assistir a dança louca de um governo desencontrado que
atira às escuras para todos os outros os lados. É isso que faz o governo do dia
que nega que as suas forças andam a violar os direitos humanos contra
populações indefesas, alegadamente porque apoiam os homens armados da Renamo.
Paulo Awade, governador de Tete, Joaquim Veríssimo, vice-ministro da
Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, estão especializados em distorção
da verdade e desinformação pública. O primeiro ao negar que os refugiados moçambicanos,
no Malawi, sejam mulheres e filhos de homens armados da Renamo, que fugiram para
aquele território devido a confrontos com as forças governamentais.
"Não há evidencias de violações dos Direitos Humanos"- Joaquim Verissímo |
Awade disse que os 11 mil moçambicanos são preguiçosos que procuram viver de
caridade. O outro por tentar convencer a comunidade nacional, e não só, que as
relações entre as populações de Moatize, onde decorrem os combates com homens armados
da Renamo, sejam cordiais. Para condimentarem a mentira, contam com a ajudada
Rádio Moçambique que entrevistou autoridades comunitárias – subservientes ao regime
-, e membros dos grupos dinamizadores da Frelimo, para faltarem à verdade.
Estações de emissora com grande credibilidade internacional como a BBC,
VOA, LUSA, DW e a nossa STV reportam que os moçambicanos que estão em Kapise fugindo
dos crimes perpetrados pelas Forças de Defesa e Segurança, mas, a TVM, RM,
DOMINGO e outros órgãos de comunicação social que se inclinam perante ao regime
que negam e atiram as culpas de agressão e violações dos
direitos humanos para os homens armados da Renamo.
O ACNUR, organismo das Nações Unidas para os Refugiados, diz, sem margem para
dúvidas, que são refugiados. O governo, tentando esquivar-se da vergonha, diz,
através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi, que são deslocados.
A comissão do governo, dirigida por Veríssimo, diz não haver evidências de
violação dos direitos humanos.
Contra factos não há argumentos. A nós, os refugiados disseram-nos estar a
fugir das atrocidades das forças governamentais.
Como o governo não se preocupa em resolver o problema, porque dele tira proveito
máximo, agora, depara-se com uma grave acusação do Tribunal Penal Internacional
de as tropas do governo estarem a perpetrar crimes contra humanidade tais como assassinatos
de homens, mulheres e crianças, violações de mulheres, roubo de gado – bovino,
caprino, ovino, galinhas, patos e outros bens, nas regiões de Nkondezi e
Tsangano, na província de Tete.
Estes factos foram denunciados pelo mundo fora. Enfiar a cabeça na areia, à
maneira de avestruz, não leva à solução nenhuma.
As declarações de um agente dos esquadrões de morte, ao jornal @Verdade, são
elucidativas. Perguntado se as populações estariam a mentir quando dizem que fogem
das atrocidades das tropas do governo, o agente diz que “Não estão a mentir. Em
Tete é que foi mais vergonhoso porque o comandante que estava a frente disse queimem
lá essas palhotas, matem os cabritos, bois e outros animais”. Nem Awade nem Veríssimo
e suas igualhagens podem refutar estes factos.
A uma pergunta se o grupo dele - de abater opositores à Frelimo - era
único, respondeu que “Não é o único. Os outros estão espalhados pelas províncias”.O
mais recente relatório da Human Rights Watch, agremiação internacional que vela
pelos Direitos Humanos, aponta que as Forças de Defesa e Segurança de
Moçambique cometeram barbaridades contra cidadãos civis e indefesos, a norte da
província de Tete.
O governo ao formar a sua própria comissão para averiguar as acusações que pesam
sobre si, revelou que anda tonto e desnorteado. Fez-se de juiz em causa própria,
logo, as conclusões que anunciou são nulas e de nenhum efeito jurídico. Não têm
qualquer credibilidade e não limpam as acusações de roubo, violação de
mulheres, assassinatos, queima de palhotas e roubo de animais, movidas contra as
FDS por vários organismos internacionais. As forças do governo fazem violações
e o próprio governo sai para se investigar! – Parece um jogo de crianças brincando
à cabra-cega!
"São mulheres e filhos dos homens armados da Renamo" - Paulo Awade |
O governo não mostra nenhuma seriedade sobre este assunto. Demonstra ausência
de compromisso e falta de respeito para com o povo porque é absurdo ser arguido
e juiz ao mesmo tempo. É o agressor que se julga e se declara inocente! A comissão
do governo que ao terreno não foi capaz de ver várias casas queimadas pelas FDS
nem se apercebeu de que seis escolas estão encerradas! Que raio de comissão é
essa? A quem pretende enganar?
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