sábado, 30 de abril de 2016

Corruptos são contra paz



Temos vindo a perguntar a várias personalidades da vida política nacional moçambicana o que poderia ter feito para evitar que o país não voltasse à situação de instabilidade política e à guerra como a que presentemente Moçambique esta a passar.
Achamos que seja pertinente ouvir outras sensibilidades políticas, e não só, o que poderiam fazer para assegurar a paz, estabilidade e o desenvolvimento sócio-económico visto que nenhum país se pode desenvolver quando seus recursos econômicos e financeiros estão orientados para o esforço de uma guerra, por isso, a paz é a palavra de ordem que deve conduzir os passos dos políticos.
A paz não é nenhum dado adquirido mas deve ser uma conquista permanente dos gestores da coisa pública e a maior responsabilidade cabe, logicamente, ao chefe de estado. Assim, já abordamos este tema com Mahamaudo Amurane, edil do Conselho Municipal de Nampula, de seguida ouvimos Daviz Simango, líder do Movimento Democrático de Moçambique e presidente do Conselho Municipal da Beira. Agora é a vez do Professor Manuel de Araújo, edil da Cidade de Quelimane.
Se fosse Presidente da Republica o que faria para evitar a guerra?
Manuel de Araújo – Em primeiro lugar, eu criaria uma comissão que envolvesse pessoas de vários estractos sociais, incluindo partidos políticos, centros de pesquisa, que é para reflectirmos sobre o problema, fazendo uma leitura imparcial sobre as causas do conflito. O que acontece hoje em dia é o que chega ao Presidente da República é uma leitura dos pensadores de um partido político, portanto, não é uma leitura isenta. O cargo de Presidente da República requer leituras isentas porque ele deve estar acima dos partidos políticos.
O nosso maior problema consiste no facto de que as decisões que o chefe de estado toma tem sempre em conta os interesses de um determinado partido politico e não no interesse de todo o povo, contra os demais partidos e não no interesse nacional.
O conceito sobre o interesse nacional deve voltar à baila e infelizmente no nosso país não existem muitas escolas que ensinam o que é isso de interesse nacional, onde começa e termina o interesse nacional. Os corruptos são pela guerra, são contra a paz.
A partir do dia em que tivermos uma visão do que é interesse nacional, em Moçambique, porque o interesse nacional deve estar acima dos interesses particulares e, sobretudo, acima dos interesses dos partidos políticos.
Algo pode ser mau para o meu partido, mas se for do interesse nacional, eu devo defender isso, mesmo que seja contra os interesses do meu partido ou do meu grupo de interesses. Se fizermos uma leitura isenta sobre as reais causas do presente conflito, aí teremos a lupa para descobrirmos os verdadeiros caminhos que nos levem à paz.
Não vejo qual é o problema porque, neste momento, nós estamos num impasse porque uma das partes exige a mediação internacional e a outra não quer. Perguntamos qual é o problema de termos uma mediação internacional? Que eu saiba, todos os acordos que foram realizados neste país tiveram uma mediação internacional. Por exemplo, o acordo da paz, o de cessação das hostilidades militares teve mediação internacional. Porquê hoje há medo da mediação internacional?
A nossa História ensina-nos que, sempre que discutimos entre nós, não chegamos a lado nenhum. Portanto, a negação da mediação internacional, para mim, significa, implicitamente, a negação da paz. Eu já venho dizendo que o Presidente Filipe Nyusi tem uma característica própria. Ele pisca para a esquerda mas vira para a direita e isso cria acidentes, por vezes, bastante graves. Estamos neste acidente que é a guerra.
Quem criou as condições para que houvesse esta Guerra, sabia muito bem o que estava a fazer. A guerra não é nenhum acidente. Não é algo que acontece acidentalmente, por acaso. O surgimento desta guerra foi preparada, foi bem planificada.
Há pessoas que estão a ganhar com a guerra. Os generais que tinham perdido o poder, agora estão a ganhar muito dinheiro com o sangue do povo. Alguns dos generais estão a ficar muito ricos com esta guerra que promoveram. Hoje têm o poder de requisitar fundos, combustíveis para o seu uso particular.
Quanto mais demorarmos chegar à paz, mais difícil vai ficando para os convencermos sobre a necessidade da paz porque eles já ganharam o vício de acumular riqueza com base na guerra, vivem dos espólios da guerra.
É importante que o problema da guerra seja resolvido agora antes que eles criem raízes profundas. Uma erva daninha deve ser retirada agora porque quanto tarde for, será difícil porque terá criado raízes profundas. O hábito de roubar e de praticar a a corrupção cria hábitos nas pessoas e serão elas que não terão interesse na paz.
A paz que tivemos até aqui foi uma paz armada, ou seja, não tivemos uma reconciliação, como foi na África do Sul, através da comissão da verdade e de outros passos que foram tomados. Se for a ouvir com certas pessoas da linha dura da Frelimo, há-de notar que ate agora ainda não aceitaram que os membros da Renamo sejam moçambicanos quanto eles. Eles continuam a ver na Renamo uma organização de bandidos armados. Intensificou-se a linguagem da “guerra da desestabilização” quando se referem-se da guerra dos 16 anos.
No período de Joaquim Chissano, essa linguagem não era frequente, mas agora está na ordem do dia, na desqualificação do outro. O termo “Guerra da desestabilização” havia desaparecido do vocabulário político nacional, mas agora já voltou. Eles nunca aceitaram que os que estão do outro lado da trincheira são tão moçambicanos quanto eles.
Se tu não aceitas que o outro tem os mesmos direitos e as mesmas oportunidades, começa a discriminá-lo. É o que temos estado a ver todos os dias, no nosso país. Dizes que tudo o que outro pensa não é legítimo e começas a dividir os cidadãos de primeira classe, da segunda, da Terceira, etc.  não se pode ter uma reconciliação nacional enquanto tiveres cidadãos da primeira, da segunda, da Terceira…
Temos que fazer um TPC de modo a entendermos o que devemos fazer para aceitarmos a diferença, aceitarmos o outro que pensa de maneira diferente da nossa. Se conseguirmos este exercício, veremos o outro como nosso irmão e não um inimigo a abater. Daí passarei a ouvir o outro com ouvidos de ouvir e não com ouvidos de mercador, como tem sido. Quando desqualificas o outro, não podes ouvi-lo, mas finges ouvi-lo. Como pode ouvir a quem chamas de bandido?
Como tu queres negociares com o outro que desqualificaste? – Não é possível. Por isso, a Renamo requer uma mediação internacional como forma de se requalificar porque sabe que o outro do lado, não o vê como um parceiro da paz, não toma de igual para igual.
Não sei se o governo tivesse aceitado a exigência da Renamo sobre os governadores para as províncias em que venceu as eleições teria parado a Guerra. Sei apenas que teria esvaziado os argumentos que a Renamo sustenta. Teria sido um verdadeiro golpe de mestre. Se fosse o Presidente da República, eu não hesitaria em nomear os governadores da Renamo e depois iríamos ver os conflitos que isso iria gerar dentro da Renamo.  
Qual seria o critério da selecção dos governadores? Isso poderia criar problemas na Renamo porque há alguns que estão à espera há mais de 20, 30 ou 40 anos para ocuparem aquele cargo governamental. Seria um desafio pensarmos o dia a seguir à nomeação de governadores da Renamo, afirmou Manuel de Araújo.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Paz do partido Frelimo

A paz verdadeira resulta do aceitar do outro, é um ponto médio do aglutinar das vontades de todos os sectores da sociedade e nunca da vontade de um grupo restrito de pessoas. Quem nãoa ceita o diferente, não é pela paz por muito que fale dela e finja gritar por ela. Quem não tem espaço para o diferente, é contra a paz e estabilidade socioeconómica. A paz que a Frelimo quer impôr ao país e ao povo moçambicano é do medo da pólvora das metralhadoras.
É uma paz militar imposta pela força dos canhões, tanques e blindados. A paz que surge como resultado das emboscadas aos adversários políticos, com recurso às forças armadas do Estado, dos assassinatos de politicos e de pessoas influentes é uma bomba retardada que vai destroçar o país.
A paz que a Frelimo quer é o silêncio dos canhões enquanto a exclusão dos que não pertencem ao partido governamental, intolerância política e o saque dos recursos nacionais continuam a beneficiar, apenas, indivíduos ligados à Frelimo. Que ruma paz que satisfaça os interesses de um só grupo reduzido social, elucidado no slogan “quem não é da Frelimo o problema é dele”.
Quem não é da Frelimo se limita a bater palmas e a cantar mas nunca é chamado à roda, como acontece na dança de xingombela. Xingombela é umadança do sul do país na qual é chamado à roda quem tiver um familiar, compadres, comadre vizinhos e amigos. Quem não tiver alguém que o conheça,passa a noitea aquecer as mãos.
A governação da Frelimo compara-se a uma dança de xingombela. Basta ver quem está a ficar e cada vez mais rico são indivíduos igados à Frelimo.Eles estão em toda a cadeia de exploração do gás natural e carvão, nos bancos, nas centrais de geração de energia eléctrica, e até inventam guerras para acumularem dinheiro fácil com lucros fabulosos.
Os escândalos da EMATUM e a PROINDICUS são exempos que nos permitem ver que os novos ricos são capazes de vender a patria para satisfazerem a sua ambição pessoal.O governo de Armando Guebuza endividou o país em cerca de (850 +787) = 1.637 milhões de dólares para nada. Resolveram os seus problemas estomacais, empurrando o país inteiro para o abismo.
A delegação foi tentare xplicar ao FMI sobre os motivos que pesou para esconder a dívida destinada à compra de armas, mas não conseguiu convencer a ninguém, tanto assim que essa organuização da finança internacional suspendeu a cooperação com o nosso país. Eles pensam que podem enganar o FMI e o Banco Mundial como fazem com o povo moçambicano que se deixa aldrabar por uma mão cheia de amendoim torrado.
Os tipos da Frelimo estão a enterrar cada vez mais o nosso futuro comum.O povo tem que fazer alguma coisa para terminar com isso porque amanhã pode ser tardede mais.A paz da Frelimo é insustentável porque é falsa.Depois de tantas mentiras e esconde-esconde, pensavam que poderiam, também, aldrabar o FMI e Banco Mundial.
Agora estão a fazer contas à vida pelo tamanho da porcaria que andaram a cometer. Precisam da União Europeia para pedir-lhe dinheiro mas quando se trata de resolver o conflito armado que arranjaram, a presença da União Eurpeia é ingerência ou internacionalização do conflito. Isso é uma incongruência.

A Frelimo deseja uma paz sacada a ferro e fogo pelos seus esquadrões da morte que semeiam luto nas famílias moçambicanas, na falsa tentativa de enfraquecer o seu principal adversário, a Renamo, conforme a aestratégia aprendida em Angola, de ir iquidando fisicamente, um a um,osi ntegrantes da oposição e de elementos influentes da sociedade. Não é por acaso que a Frelimo procede de tal forma. Ela abriu um enorme fosso e receia precipitar-se nele quando deixar o poder, por isso, recorre a todos os meios ilícitos para se manter no governo. A violência eleitoral, enchimentos de urnas, o abafamento dos órgãos da justiça e eleitorais servem para se tornarem “invencíveis”, como eles próprios se julgam.