
Basta ver, sem tanto esforço nem esgrimir argumentos de peso, como o
protocolo provincial arrumou a ordem de intervenção dos dignatários na abertura do IX Festival de Cultura, que teve lugar no campo de Ferroviário da
Manga, que desmente essa convivência pacífica. Não está claro como o edil, uma
figura eleita pelo voto popular, em cerimônias públicas, é preterido para um
lugar menos importante em relação ao chamado “administrador da Cidade da
Beira”? Isso acontece para ofuscar o edil, sem grande margem de errar para os
que assim concluem.
Em várias ocasiões orientadas pela governadora,que têm lugar na Cidade da
Beira, onde participa o edil, este sempre aparece em lugar quase invisível. É,
claramente, secundarizado e dão à primazia aos directores provinciais, chefes
não se sabe muito bem de quê e só depois aparece o edil. Isso é visível aos
olhos de qualquer pessoa atenta que a governadora de Sofala tem tudo feito para
apagar a figura pública do edil e, assim, criar condições para a Frelimo
reconquistar este município que constitui uma espinha na garganta do partido
Frelimo que “não vê game” desde 2003, como os jovens costumam falar.
É interessante verificar que o próprio governo central – dirigido por
Filipe Nyusi = é relutante em entregar os serviços básicos da Saúde e de
Educação ao município da Beira e, por extensão, a todos os municípios dirigidos
pelo MDM, porque esses são incapazes, segundo argumentou a ministra da
Administração Estatal e Função Pública, Carmelita Namachulua. É do domínio
público que tem sido a edilidade que constrói salas de aulas e centros de
saúde, no território municipal, e os apetrecha em carteiras, ambulâncias com os
respectivos motoristas, manutenção e reparação das viaturas e salários, sem nada
exigir em recompensa.
Muitos ainda se lembram, nos princípios do ano lectivo de 2016, como a
governadora de Sofala ordenou uma “gazeta” generalizada dos professores das
escolas primárias do Bairro de Vaz e de Mcuti Miquejo, reabilitadas e equipadas
pelo município, tudo porque Daviz Simango ia fazer a entrega dessas escolas aos
alunos, professores e aos encarregados de educação. Nessas escolas os meninos
estudavam encurvados ao chão e sem qualquer tipo de higiene, pois as casas de
banho não funcionavam nem água tinha fazia vários anos.
Todos viram isso e o Presidente Filipe Nyusi não mentir aos beirenses nem
aos moçambicanos que o seu partido e os dirigentes da Frelimo já não se
preocupam com o outro, o diferente. A diferença continua a preocupar fortemente
o partido Frelimo “vanguardista das largas massas de operários e camponeses”,
por isso ainda temos problemas no país. O resto é mesmo resto, é música para
fazer dormir o boi. A discriminação e a exclusão continuam, para a Frelimo, as
suas armas do arremesso.
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